Por Da redação / Veja
O protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB) nesta quarta-feira, em Brasília, que terminou em cenas de vandalismo e conflito, teve 49 pessoas feridas, entre militantes e policiais militares, e sete presas, conforme a Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal. De acordo a gestão do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), 35.000 pessoas participaram do ato que, diante das revelações das delações premiadas de executivos da JBS, pedia a saída de Temer do cargo. Conforme os movimentos sociais e centrais sindicais que organizaram o protesto, havia 150.000 pessoas na Esplanada dos Ministérios.
Até o início da noite de hoje, a SSP havia informado que três manifestantes foram presos por porte de drogas e um por porte de arma branca, todos encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada (DPE). Não há informação atualizada sobre os outros três presos. Ainda de acordo com a Secretaria de Segurança, um dos militantes se feriu ao tentar atingir um policial com um rojão, que explodiu em suas mãos.
Durante o conflito entre manifestantes e policiais militares foram registradas imagens de pelo menos dois policiais militares empunhando o que parecem ser armas de fogo. Um vídeo publicado pelo site do jornal O Globo mostra um dos agentes indo de encontro aos manifestantes e atirando seguidas vezes para o alto. A Secretaria de Segurança Pública não comentou as imagens até o momento. Não se sabe se as armas eram realmente pistolas convencionais, nem se os tiros deixaram feridos.
Por meio de nota, Rollemberg afirma que “a Polícia Militar do Distrito Federal agiu de acordo com o Protocolo Tático Integrado, assinado pelos governos federal e distrital, no mês passado, em que a segurança dos prédios públicos federais ficou sob a responsabilidade da União. Em todas as 151 manifestações nos últimos dois anos, as forças de segurança federal e distrital agiram de maneira integrada e colaborativa. Em todas as ocasiões a Polícia Militar agiu com eficácia e eficiência, demonstrando estar plenamente apta ao regular desempenho de sua missão constitucional. Eventuais excessos serão rigorosamente apurados”.
Com confronto entre militantes e policiais na Esplanada dos Ministérios, os ministérios da Agricultura, da Cultura e do Planejamento tiveram focos de incêndio e vândalos também tentaram invadir o Ministério da Ciência e Tecnologia. Outras pastas também foram alvos de depredação. Todos os prédios foram evacuados por questão de segurança, a pedido do Palácio do Planalto, e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) deu início a um protocolo que prevê a liberação dos servidores.
Enquanto militantes e policiais entravam em confronto na Esplanada, o presidente Temer assinou um decreto de Garantia da Lei a da Ordem, publicado em edição extra do Diário Oficial da União, que convoca as Forças Armadas a patrulharem as ruas do Distrito Federal durante uma semana, até o dia 31 de maio (leia aqui o decreto). Para cumprir o decreto assinado por Michel Temer, o Ministério da Defesa enviou para a Esplanada dos Ministérios e palácios do governo nesta tarde um contingente de 1.300 soldados do Exército e 200 fuzileiros navais.
A publicação da ordem presidencial gerou tensão política no Congresso. No pronunciamento em que anunciou a medida, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, atribuiu o decreto a uma solicitação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Após o anúncio, houve empurra-empurra generalizado no plenário da Câmara entre deputados governistas e da oposição, iniciado pelos deputados Glauber Braga (PSOL-RJ) e Darcísio Perondi (DEM-RS). Diante da confusão, a sessão foi suspensa por 30 minutos.
Ao reabrir os trabalhos no plenário, Maia fez um duro discurso contra o fato de a convocação do Exército ter sido ligada a um pedido dele. Ele ressaltou que pediu apenas o auxílio da Força Nacional de Segurança Pública. “Se o governo decidiu adotar outra medida, essa outra medida é responsabilidade do governo. Não é uma responsabilidade que possa e nem deva ser da Câmara”, disse. O democrata pediu ao líder do governo na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que entrasse em contato com Jungmann para “restabelecer a verdade”.
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